30 janeiro 2007

O Aborto de Marcelo

O Prof. Marcelo não resiste à tentação de politizar questões que, apesar de estarem sob a alçada da esfera política (aliás, no limite não está tudo?) não devem ser partidarizadas. Para os mais distraídos, basta lembrar como o Prof. desculpabilizou de forma irresponsável a atitude de Fernado Ruas, autarca de Viseu (aliás, Cavaquistão) e presidente da Associação de Municípios, quando este último incitou os seus presidente de juntas de freguesia a "correrem os Vigilantes da Natureza à pedrada" (foi uma oportunidade perdida para os auto-proclamados defensores da vida saírem da sombra, em prol das pessoas, para variar um bocado).

Adiante...

Ora, quem viu o video do Prof. fica com a nítida ideia que ele vota não porque o actual projecto de referendo é liderado pelo PS:



Depois de ver isto, é inevitável perguntar porque é que alguém no seu perfeito juízo, que se manifesta publicamente a favor da despenalização do aborto vai responder não à pergunta:

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

Os Gato Fedorento aperceberam-se disso e, como é claro, expuseram o Prof. ao ridículo:




Pois é, o Prof. Marcelo acabou de perder o capital de confiança e "pseudo-isenção" que consegui conquistar junto dos portugueses ao longo dos últimos anos, enveredando por politiquices de meia-tigela. Ele assume-se como pai do referendo e pelo vistos quer que a gente volte a levar com o filho dele daqui a oito anos porque já todos perceberam que ninguém quer criminalizar o aborto, nem mesmo que vota não no referendo.

Acabo com uma questão: por ter opinião contrária aos auto-proclamados Pró-Vida, faz de mim um Pró-Morte?

3 comentários:

Anónimo disse...

O Sr.Professor deu o tilte, dormiu de menos e leu tanto que já nem consegue ter uma opinião coerente, acontece!
A ideia até foi dele, mas como na altura não se fez o referendo então agora também vai votar não, que é para ver se aprendem!
Felizmente que nem todos são como o Marcelo.
A primeira pessoa neste pais a defender a despenalização do aborto, já cá não está, para ver a sua tese de doutoramento em Direito aprovada como lei, mas nem por isso deixou de lutar sempre pelo que acreditava!
Quanto à tua questão, todos somos a favor da vida com o maximo de dignidade!

fada madrinha disse...

O que me parece, depois de ver varios debates no 2º canal, e que ha muita gente que nao confia nas mulheres - nas suas opçoes, no seu discernimento, na sua vontade.
Repara como as "elites" do pais nao confiam em ninguem - so nelas proprias. Por isso nao temos julgamentos com juri nem aborto por decisao das mulheres (que afinal, sao as unicas que podem abortar...).
Realmente deve ser bom poder decidir aquilo que os outros podem fazer consigo proprios... uma pessoa nem sequer pode decidir acabar com o seu sofrimento (lembras-te da eutanasia?), quanto mais decidir nao colocar no mundo outro ser para sofrerem os dois...
Parece que nao sabem que um filho indesejado pode efectivamente acaber com os projectos de vida de uma mulher. Mas parece que a vida das mulheres nao conta, que sao meras "incubadoras" , que nao podem ter projectos nem sonhos so seus e em que por vezes, um filho nao cabe.
E parece que nao e um direito das crianças serem amadas e desejadas... Tenho a ceryteza que, se todas as pessoas tivessem sido desejadas, amadas e acarinhadas, nao havia homens nem nulheres violentos, nem pedofilia, nem a maioria das tragedias pessoais que depois afectam tanta gente.
E depois vejo tambem aquelas senhoras que decidiram avançar com gravidezes de crianças deficientes, porque se lhes meteu na cabeça tudo aquilo que a nossa cultura judaico-crista nos inculca. Claro esta que muitas dessas senhoras nao tem problemas financeiros e se podem dar ao luxo de nao trabalhar fora de casa. Mas esquecem-se que as crianças nao vao ser sempre crianças, e que mais tarde vao ser tao pesadas que ja nao se pode com elas ao colo, que vao ser sempre dependentes, que algumas delas vao querer por sua vez constituir familia (como as pessoas que tem trissomia 21) e que as esperam problemas de saude complicadissimos e cheios de sofrimento. Quais serao as suas expectativas, quando os pais morrerem? Quem se encarregara delas? Serao obrigadas a sofrer sempre?

Enfim, ja deves ter percebido que este tema me toca muito fundo.

Para mim a vida so tem sentido com dignidade e respeito, para todos os envolvidos.

Anónimo disse...

Acho que os portugueses responderam bem às demagogias do Professor Martelo...
Bolas que este homem pensa mesmo que sabe tudo sobre tudo...
O que seria de Portugal sem ele...