29 outubro 2006

Infelizmente, nem sempre é tempo de "Welcome to the World"


Infelizmente, nem sempre é tempo de "Welcome to the World" porque a vida também tem a morte e sinto que a malta da minha idade, eu e os meus amigos ou conhecidos, ainda não sabem lidar com essa "graça" da vida. Ainda bem que assim é, é sinal que a vida tem sido simpática para connosco.

Até aqui a vida tem sido brincadeira, namoro, casamento e filhos. A morte soa sempre a algo distante, algo que não faz parte da nossa vida, da vida que estamos a viver.

Geralmente, quando a vida nos mostra que morte faz parte da vida, há desnorte.

Desnorte da vítima, que sofre o impacto e não está preparado (aliás, quem estará?) e desnorte dos que o rodeiam por não saberem como reagir com a vítima (leia-a, a pessoa a quem morreu um relacionado próximo). A vítima está desnorteada porque não teve uma sensação de perda tão grande na sua vida e os amigos da vítima porque já deram muitas vezes o seu ombro amigo mas nunca por um motivo funesto.

É por a vítima ainda ser “tenra” que os amigos não podem se refugiar com o pretexto de não saberem lidar com a situação. Há alturas na vida em que é preciso saber distinguir a o normal do excepcional e a dor de perda é especial. Por isso, abdiquem de algumas coisas normais e mimem a vítima, porque pode estar a sentir falta desse teu apoio.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não sei a quem te referes, mas Vitima, já é demasiado depreciativo, coitadinho, desgraçadinho! ...será que é vitima porque o vêem assim, ou por uma necessidade que esse indevido tem em ser vitima? Para atrair a atenção de todos?!? Seja pelo que for, se és realmente amigo, não o trates como uma vitima, trata-o apenas como gostavas que te tratassem a ti! O Luto é muito importante, para se conseguir seguir em frente e aceitar a morte! É preciso chorar, sentir toda a estrutura abanar, para se poder começar novamente a assentar os pés na terra e levar a nossa vida para a frente.

A perda de um ente querido, seja ele família ou amigo, é sempre algo que dói demais, é como se nos tirassem uma determinada peça do nosso puzzle, uma peça que nunca será substituída. Mas a vida continua e a melhor forma que encontrei para lidar com as peças que já perdi, foi sempre que a tristeza se instala recordar os momentos bons que passámos juntos o que aprendi com eles o quanto foram importantes naquilo que sou hoje, e então, fico com a sensação de que essa peça continua viva!